segunda-feira, 29 de outubro de 2007


Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?


Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal?
Ser um homem em busca de mais como estrelas que brilham em paz.

(fonte: "O silencio das Estrelas" - Lennine)

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Ontem, eu chorei!


Voltei para casa, fui para o meu quarto, sentei na beira da cama; chutei os sapatos e cai no choro. Quero que vocês saibam que eu chorei até meu nariz escorrer molhando a blusa que comprei na liquidação. Chorei até minha cabeça doer tanto, que eu mal via a pilha de lenços de papel no chão aos meus pés. Quero que vocês saibam que ontem eu chorei pra valer. Ontem, eu chorei por todos os dias em que estive ocupado demais, ou cansado demais, ou com raiva demais para chorar. Chorei por todos os dias, por todas as formas e por todas as vezes em que desonrei, desrespeitei e desliguei meu Eu de mim mesmo. Mas meu Eu se refletiu de volta pra mim quando os outros fizeram comigo as mesmas coisas que eu já fizera comigo mesmo. Chorei por todas as coisas que me foram roubadas; por todas as coisas que eu pedi e não consegui receber; por todas as coisas que depois de conquistar, eu dei a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazio, gasto e exaurido. Chorei porque realmente chega um momento em que a única coisa que nos resta é chorar. Ontem, eu chorei; Chorei porque feri, e fui ferido; Chorei porque a ferida não tem para onde ir se não até ao mais fundo da dor que a causou, e quando chega lá, a dor acorda você. Ontem eu chorei um choro espiritual, que me fez muito bem, e me fez muito, muito mal. Mas eu podia sentir minha liberdade vindo para mim outra vez, porque ontem eu chorei sobre cada momento da minha vida.

sábado, 21 de julho de 2007

Aos meus amigos!

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente,Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos pra sempre.
Há duas formas para viver sua vida :
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Feliz Dia do Amigo!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O MESMO POVO QUE SE UNIA PARA TORCER, AGORA SE UNE PARA REZAR!

Como pode nosso coração mudar rapidamente da alegria para dor.
Num dia em que eu ouvi quatro vezes o Hino nacional e louvei a Deus por tantas graças e vitórias.
Vi o peito dos brasileiros brilhar de ouro, chorar de emoção.
Parece que todas as medalhas me foram roubadas,
Trocaria todas por uma só vida!
Essa noite, Senhor, muitos olhos choraram de tristeza,
A dor da perda, rapidamente, parece ilusão.
“Elevo os olhos para o alto, de onde me virá o socorro,O meu socorro vem do Senhor, do senhor que fez o céu e a terra”.
Por algumas horas os olhos saíram da chama do Pan para a chama que consumia a vida e a alegria de muitas famílias.
Eu só posso pedir, Senhor, tende piedade de nós!
Que a chama ardente do teu amor possa consolar os que perderam pais, mães, filhos, amigos, namorados, sonhos, a vida.
Senhor, colhe em um odre todas as lágrimas derramadas nesta noite,
Que nenhuma delas se perca, mas que reguem o solo do nosso país.E faça com que a vossa misericórdia visite a todas as pessoas,
Que voaram para receber de tuas mãos a última medalha.
A medalha da Vida Eterna, mas que nenhum deles esperava,
Nenhum de nós queria um pódio desses para os seus.
Fazei-nos compreender o que não parece ter lógica, nem razão de ser.
Eu rogo Senhor, por cada uma das vítimas,
Dai a eles a medalha de vossa misericórdia e o perdão dos pecados.
E a nós que ficamos, a graça de não parar nas lágrimas,
Mas de converter o nosso coração.
Quero unir a minha prece à oração de muitos brasileiros,
Que nesta noite assustados, viram mais um acontecimento sem explicação.
Tira dos nossos corações toda revolta e indignação,
E dai-nos a graça da compaixão, sentimento de Deus.
E a condição de elevar os braços que aplaudiam, com alegria nas arquibancadas,
A unir-se numa prece de esperança e fé por toda a nossa nação.
Nesta hora não existe religião, pois a dor tem a capacidade de nos unir sem fronteiras.
O mesmo povo que se unia para torcer, agora se une para rezar.
Elevemos os nossos braços e os nossos corações,
Pois somos brasileiros na alegria e na tristeza!Oremos meus irmãos.
Minhas orações e minha benção.
Pe. Luizinho, Cn.

domingo, 15 de julho de 2007

Estou cansado!

Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto. Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes. Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas. Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo. Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento “científico” da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças. Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais. Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas “caiam sob o poder de Deus” para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem. Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar “piercing”, fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor. Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil. Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza. Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente. Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo. Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração. Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos. Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai. Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa. Soli Deo Gloria. (Ricardo Gondim - Pastor protestante da Igreja Assembléia de Deus Besteda) Fonte: http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=61&sg=0&id=870

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Atlântico


Espero que todos os meus dias
Sejam iluminados pelo seu rosto
Espero que todos os anos
Segurem firmemente nossas promessas
Eu não quero estar velho e dormir sozinho
Uma casa vazia não é um lar
Eu não quero estar velho e sentir medo
Eu não quero estar velho e dormir sozinho
Uma casa vazia não é um lar
Eu não quero estar velho e sentir medo

E se eu preciso de qualquer coisa
Eu preciso de um lugar
Que seja escondido nas profundezas
Onde anjos solitários cantem para seu sono
O mundo moderno está falido
Eu preciso de um lugar
Onde eu possa fazer minha cama
Um colo amado onde
Eu possa descansar minha cabeça
Porque agora a sala está girando
O começo do dia

terça-feira, 10 de julho de 2007

Enquanto o amor não vem...

O QUE VOCÊ FAZ ENQUANTO O AMOR NÃO VEM? Em algum lugar no fundo de sua mente você sabe e espera que chegue o dia em que o relacionamento que você tem agora se torne o grande amor que você sempre esperou. Ou que, um dia, apareça alguém que preencha seu desejo de amor. Porém, a pergunta permanece: O que você vai fazer nesse meio-tempo? O amor é uma coisa engraçada. Ele nos encontra nas circunstâncias mais incomuns, no momento mais improvável. O amor cai de surpresa em cima de você, joga os braços em sua volta e transforma toda a sua existência. Infelizmente, a maioria de nós não reconhece ou entende o impacto quando está acontecendo. Talvez porque o amor raramente surja nos lugares em que esperamos ou tenha a aparência que imaginamos. Você é o amor que procura. Você é a companhia que deseja. Você é o seu próprio complemento, sua própria integridade. Você é seu melhor amigo, seu confidente. Você é a pessoa por quem está procurando. (Texto extaído do livro ENQUANTO O AMOR NÃO VEM - EM BUSCA DE SI E DO AMOR QUE SE DESEJA, da autora americana IYANLA VANZANT)

sábado, 7 de julho de 2007

Fizeram a gente acreditar que...

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém. (JOHN LENNON)